terça-feira, 10 de julho de 2012

1 Crônica de uma estupidez anunciada

Algumas coisas que antecedem certas situações parecem tão óbvias em questões de certo ou errado, pode ou não pode, responsabilidade ou negligência que o que vem depois me parece apenas consequência evitável se lá atrás a coisa tivesse acontecido da forma certa. Do contrário acaba sendo uma estupidez por anos anunciada .

Caso do mecânico que arrancou com o carro sobre uma multidão quarta-feira ( 04/07) depois do jogo do Corinthians já que o rapaz nem deveria estar ali, visto que o motorista em questão nem tem habilitação. Aliás, ele não tinha habilitação, mas comprou um carro. Segundo matéria do G1, o rapaz dirige desde os 14 anos quando começou a trabalhar como mecânico. 
Eu sou totalmente favorável que jovens com menos de 16 anos possam aprender um ofício. O que eu não entendo é como ele já dirigia desde essa idade. Pegava o carro do pai? Pegava o carro do patrão na oficina? Pegava o carro dos clientes? Pegava carro dos amigos? Se sim, cresceu cercado de gente conivente ou que estimulavam seu erro? 

Hector é um jovem bonito, até onde eu sei saudável, de 20 anos. Quer dizer, há pelo menos dois anos ele já podia ter habilitação, mas ainda não tem. E não tem por que? Será que é um motorista tão ruim que foi incapaz de passar num teste de direção ou acreditava que não precisava da habilitação porque em caso de um problema o pai, que é advogado, viria em sua defesa, como de fato aconteceu? O rapaz ficou dois dias preso e o pai-advogado conseguiu a liberdade provisória do filho-cliente (outra coisa que eu não entendo: como a justiça solta um rapaz que atropelou um bando de gente enquanto dirigia alcoolizado e sem carteira de habilitação?).

Bem... Bom advogado o pai de Hector pareceu ser, mas me pergunto que tipo de pai ele foi. Evidentemente não é fácil criar um filho: quase sempre eles não ouvem os pais, desobedecem, criam suas próprias regras a margem das regras da casa e da sociedade. Mas um bom pai tem que saber que só dizer que o filho não lhe ouve não diminui a falha dele na criação desse filho quando não falamos só de personalidade. O filho comprou um carro. O filho dirigia. Esse filho mentiu que tinha habilitação? E esse pai, mesmo advogado acostumado a lidar com leis, não se inteirava dos atos do filho? Nunca pediu para ver a habilitação ou só não tomou providencias para que o filho não dirigisse mesmo estando ciente da gravidade do ato do filho legalmente?

Eu já morei em muitas casas diferentes quando vivi na Bahia e no Rio de Janeiro trabalhando como babá ou doméstica. E o que eu posso dizer é que muitas vezes essa história de que os pais sempre fazem o que é melhor para os filhos pode até estar cercada de muito boa intenção, mas quase sempre eles falham miseravelmente quando só pensam no 'filho' e esquecem do 'indivíduo'.  

Para finalizar: ao ser perguntado se tinha bebido, Hector disse que só bebeu 'vodca com energético'. Alguém me explica esse 'só'? Meu pai tem mercado com bar. Muito trabalhador troca a pinga por vodca porque alegam que a vodca não deixa aquele cheiro da cachaça (o que não quer dizer que não deixe bêbado). Acredite. Deixa. Vejo isso todo dia. E vodca com energético? A turma da balada, por favor, responda o efeito desta mistura ou procurem no Google que pra mim, já deu...

Não tem habilitação? Tenta um desses!De preferência evite as descidas >  Imagem via Blog Beto Largman

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Um comentário:

  1. Oi,
    Falou tudo!
    Concordo plenamente!
    Beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com.br/

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